KN PRODUÇÕES
BICICLETA E MELANCIA
criação: Rodrigo Nogueira
direção geral: Jorge Nassaralla
CAPÍTULO TRÊS
CENA 1. EMISSORA. SALA DE ESPERA.INTERIOR. DIA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLITMA CENA DO CAPÍTULO 2
DIANA — Quem é o ator? Que eu vou ter que beijar?
ELA PEGA A LISTA E COMEÇA A OLHAR.
MARTA — O ator que você vai beijar, o ator que
você vai beijar...
NISSO ENTRA MARCO.
MARCO — Oi Marta. Desculpa o atraso!
MARTA — Olha ele aí.
DIANA — Você?
MARTA — Vocês já se conhecem?
DIANA E MARCO MUITO MEXIDOS UM COM O OUTRO.
DIANA — Já.
MARTA — Ué, mas você me disse que nem era ator.
MARCO — Não era, quer dizer, não sou. A gente se
conhece de...DIANA — Amigos em comum. Nós temos amigos em
comum.MARTA — Ah, é?
DIANA — É, a Gabi, namorada dele é minha amiga.
MARCO — É?
MARTA — Bom, eu vou deixar vocês resolverem esse
importantíssimo simpósio juvenil enquanto
eu... enquanto eu não faço nada mesmo que
é mais interessante. Daqui a pouco eu
chamo pro teste.
MARTA SAI. FECHA NO OLHAR ENTRE MARCO E DIANA.
CORTA PARA:
CENA 2. PRAIA. EXT. DIA
GASTÃO CONVERSANDO COM UM ALUNO (ZITO).
GASTÃO — Presta atenção, Fly. Se tu bater desse
jeito tu perde velocidade.FLY - Mas eu não bati!
GASTÃO — Bateu sim que eu vi. Mete uma coisa na
tua cabeça: prancha é que nem mulé: tem
que levar na maciota. A diferença que a
prancha sempre obedece.
PASSA UMA GOSTOSA.
GASTÃO — Em compensação mulher tem peito.
GABI SURGE DO NADA.
GABI — Gastão!
GASTÃO — Oi Gabi! Que susto.
GABI — Susto? Susto porquê?
GASTÃO — É que...
GASTÃO OLHA PARA OS PEITOS DELA E DISFARÇA. ZITO OLHA
FIXAMENTE PARA OS PEITOS DE GABI.
GASTÃO — A gente tava falando de você!
GABI — Bem ou mal?
GASTÃO — E tem como falar mal de uma garota que
nem tu?
GABI PERCEBE QUE ZITO NÃO PARA DE OLHAR PROS PEITOS DELA E
FICA UM POUCO DESCONFORTÁVEL.
GASTÃO — Moleque. Comeu cocô? Rala peito, zito.
FLY — (TARADO) Peito? Ralo mesmo.
GASTÃO DÁ UM CASCUDO EM ZITO QUE SAI CORRENDO.
GABI — E aí? Marquito passou aqui?
GASTÃO — Não, ele tinha uma parada hoje. O teste.
GABI — Teste? Ele só me falou que tinha um
compromisso. Que história é essa de
teste?
FECHA NA CARA DE “PUTA, FALEI MERDA” DE GASTÃO.
CORTA PARA:
CENA 3. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INTERIOR. DIA
MARCO DIANTE DE DIANA
DIANA — Eu sabia que eu não tinha que ter vindo
fazer esse teste.MARCO — Qual o teu problema hein, garota?
DIANA — No momento, você.
MARCO — Você é sempre chatinha assim?
DIANA — Só quando jovens ogros trombam comigo na
rua derrubando o meu Glauber.MARCO — Quem é esse tal de Glauber que você tanto
fala?DIANA — Alguém que você definitivamente não
merece conhecer.MARCO — Você trombou em mim tanto quanto eu em
você.DIANA — Já vimos que você conhece bem a lei da
reciprocidade.MARCO — É lei do quê?
DIANA — Você é muito cara de pau, sabia?
MARCO — Se eu te pedir desculpas você me perdoa?
DIANA — Sem falar naquela... (SE CORTA). O quê?
MARCO — (DOCE) Eu perguntei se você me perdoa. Eu
não quero que você fique com raiva de
mim.DIANA — (NERVOSA) Não quer? Não quer? Por que não
quer?MARCO — Por quê? Ah... Por que raiva é que nem
chuva em dia de jogo: não devia existir
nunca.DIANA — Que bonitinho...
MARCO — Hein?
DIANA — Hã?
MARCO — O que é que você falou?
DIANA — Nada. Eu não falei nada.
CORTA PARA:
CENA 4. PRAIA. EXT. DIA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 2. GASTÃO DIANTE DA PERGUNTA
DE GABI.
GABI — Você vai ou não vai me dizer que história
é essa de teste?GASTÃO — Pô, eu não posso Gabi.
GABI — Poxa Gastão.
GASTÃO — O Marco vai me matar.
GABI — (DENGOSA) Me ajuda, vai.
GASTÃO — Te ajudar como?
GABI — Eu já sofro tanto com o Marco.
GASTÃO — Tu sofre, né?
GABI — Muito.
GASTÃO — O que é que ele te faz, conta aqui pro
mestre Gastão.GABI — Ah... Essas pressões de namorado, sabe?
GASTÃO — (RI FORA DE HORA) Hi hi... O Marco é mó
comedor, né não?GABI — Quê???
GASTÃO — Desculpa. Eu não queria te ofender.
GABI — Então você sabe, né? Pelo que eu to
passando.GASTÃO — Saber eu não sei não, mas eu imagino.
(OLHA PRA PRÓPRIA MAO E FALA PRA SI) E
como eu imagino.
CENA 6. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INTERIOR. DIA
DIANA SEM GRAÇA DIANTE DE MARCO.
MARCO — Você ainda não me respondeu.
DIANA — Eu já disse que eu não falei nada.
MARCO — Eu to te perguntando sobre o meu pedido
de desculpas.DIANA — Ah, claro. (SORRI) Pedido aceito.
MARCO — Sério?
DIANA — Claro! E se você quer saber eu também me
arrependo de ter sido um pouquinho grossa
com você.MARCO — Caraca, se aquilo era pouquinho...
DIANA — (BRINCA) Não força a barra...
MARCO — Tá bom, tá bom.
OS DOIS RIEM.
MARCO — Tá vendo? Nada como um teste pra série de
TV jovem mais popular do país pra
desfazer um mal entendido.DIANA — Ah, claro. Sempre que eu brigo com alguém
fico louca querendo dizer umas falas de
Boladão.
OS DOIS RIEM MAIS SOLTOS.
MARCO — Eu preciso te contar uma coisa: eu nunca
fiz uma cena antes.DIANA — Ué. Como é que a produtora te chamou?
MARCO — Ela me viu na praia.
DIANA — O critério de escalação da televisão é
tão aleatório que é quase dadaísta.MARCO — Hein?
DIANA — Nada não. To sendo chata de novo. Mas
relaxa. Eu tenho certeza que você vai
fazer um bom teste. Que nós vamos fazer
um bom teste.MARCO — Por falar no teste...
DIANA — O que é que tem?
MARCO — (CONSTRANGIDO) Tem a cena, né...
DIANA — (TAMBÉM) É... Tem...
MARCO — A gente vai ter que se beijar.
DIANA — (DEIXA ESCAPAR) Ô se vai.
CORTA PARA:
CENA 7. PRAIA. EXT. DIA
GABI SEGUE PIRANHANDO COM GASTÃO.
GASTÃO — Tu jura que não vai dizer pro Marco que
eu te contei?GABI — Juro.
GASTÃO — Ele foi chamado pra fazer um teste pra
Boladão.GABI — O Marco! Em Boladão, eu não acredito!!
GASTÃO — A produtora veio aqui atrás de uns
surfistas, viu ele e chamou.GABI — O meu namorado vai fazer um teste pra
Boladão!GASTÃO — Mas vocês não tinham terminado?
GABI — Ai, que máximo. Nossa eu to muito
feliz... por ele.GASTÃO — Que bom.
GABI — E a gente não terminou não. A gente só
deu um tempo.GASTÃO — Saquei.
GABI — E você?
GASTÃO — Eu o quê?
GABI — Tá sem namorada?
GASTÃO — Pô, to na maior seca, aê. Mijou sentando
e não é sapo eu to comendo. Desculpa, eu
to sendo indelicado de novo.GABI — Não... Imagina... Eu gosto do seu jeito.
Bom, vou indo. Minha mãe tá me esperando
pra almoçar.
E SAI.
CENA 8. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
ABRE A CENA COM DIANA E MARCO SE ADMIRANDO. MARTA APARECE E
MANDA:
MARTA — Vocês são os próximos a fazer o teste,
fulanos.
E PASSA.
MARCO — Essa Marta é mó figura.
DIANA — Fulanos...
MARCO — Por falar nisso você ainda não me disse o
seu nome.DIANA — Oi?
MARCO — Eu ainda não sei o seu nome. E nem você
sabe o meu.DIANA — É verdade.
MARCO — Não dá pra beijar alguém que eu nem sei o
nome, né?DIANA — É... Não dá.
MARCO — Marco Monte Aquino. Muito prazer.
DIANA — Monte Aquino? Nossa, Monte Aquino é quase
Montecchio.MARCO — Montecchio?
DIANA — O sobrenome do Romeu. De Romeu e Julieta
eu to estudando no curso de teatro.MARCO — Pô, maneiro.
DIANA — O meu é Diana.
MARCO — Deusa da guerra.
DIANA — Como é que você sabe?
MARCO — Porque eu não sou só um jovem ogro que
fica derrubando o Glauber de meninas
lindas por aí.DIANA — Meninas lindas?
MARCO FICA MUITO SEM JEITO.
MARCO — É... De venaquírias.
DIANA — Hã?
MARCO — Prrrrrrrrrrr.
DIANA — Eu não acredito que você fez essa
brincadeira comigo.MARCO — Foi mal. É que eu fiquei ronronson.
DIANA — Quê?
MARCO — Prrrrrrrrrrr.
DIANA — Marco!
CENA 9. RUAS JOVENS E DIVERTIDAS. EXT. DIA
BETA CANTANDO “PARTY IN THE U.S.A” DE MILEY CYRUS. ELA ANDA
PELAS RUAS COM O IPOD E CANTA MUITO ALTO, MEIO SOLTA,
PODENDO ATÉ FAZER UMAS COREOGRAFIAS ENQUANTO ANDA.
CENA 10. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
CONTINUAÇÃO DA CENA 8. DIANA PASSADA DIANTE DE MARCO. ELA
AINDA NÃO ESTÁ PUTA.
DIANA — Eu não acredito que você fez isso.
MARCO — Isso o quê?
DIANA — Essa brincadeira que até meu primo de
oito anos de idade acha infantil.MARCO — Ah, qualé, Diana.
DIANA — Qualé?
MARCO — Não vai me dizer que tu vai voltar a ser
aquela babaca que tu foi ontem.
DIANA OLHA PARA MARCO COM UMA CARA DE SENTIDA. DETALHAR A
CARA DE CADELA ABANDONADA QUE SÓ A VITÓRIA SABE FAZER.
MARCO — Caraca, foi mal, eu não queria ter falado
isso.
AGORA ELA TÁ PUTA.
DIANA — Você é um ogro mesmo. Bicicleta e
Melancia, eu falei pra Beta. Não tem
jeito.MARCO — Que?
DIANA - Esquece, você não vai entender, mesmo.
MARCO — Diana, desculpa/
ELE ENCOSTA NELA.
DIANA — Não me toca, surfistinha!
MARCO — Ah, não pode tocar na dondoca?
DIANA — Gente como você devia ser proibido de
tocar até campainha.MARCO — E gente como você devia ser que nem raiva
e chuva.DIANA — Hã?
MARCO — Não devia existir!
DIANA — Ai, como você é nojento.
MARCO — Você é que é nojenta.
DIANA — Eu tenho nojo de você!
MARCO — E eu de você!
MARTA APARECE.
MARTA — E aí, pombinhos? Já tão se amando pra
fazer bonito na cena do beijo? Chegou a
hora do teste.
CENA 11. RUA JOVEM E COLORIDA. EXTERIOR. DIA
BRUNINHO QUE ESTÁ CONVERSANDO COM UM GAROTO.
BRUNINHO — To te falando, Fly. O Facebook tá mó
pegação! Ó. Já comi três!FLY — Tu é mó caozeiro.
ELE VÊ BETA PASSANDO.
BRUNINHO — A amiga da loirinha!
FLY — Que loirinha?
BRUNINHO — Uma loirinha gostosa que ficou me dando o
maior mole. Será que ela tá indo
encontrar com ela? Deixa eu ir pra
descobrir essa parada.
BETA SEGUE ANDANDO E CANTANDO ALTO. BRUNINHO VAI ATRÁS
DELA.
CENA 12. ESTÚDIO. INTERIOR. DIA
DIANA E MARCO DIANTE DE MARTA.
MARTA — Vamo, gente, não tem o dia inteiro não.
Televisão é assim. Fica quatro horas
esperando, mas na hora de gravar não pode
atrasar meio minuto, vai se acostumando.
MARTA SAI.
DIANA — Vamos, surfistinha.
MARCO — Com todo prazer, sua maletinha.
CENA 13. EMISSORA. ESTÚDIO. INTERIOR. DIA
MARTA ENTRA NO ESTÚDIO. DIANA E MARCO A SEGUEM. O DIRETOR
ESTÁ DE COSTAS.
MARTA — Meninos esse é o diretor. Esses são o
Marco e a Diana.
O DIRETOR SE VIRA. ELE É IGUAL A MELCHIOR.
DIANA — Melchior?
BELCHIOR — Belchior. (PARA MARTA) Você não sabe que
eu odeio fazer teste com as aluninhas do
meu irmão?MARTA — (SORRINDO) Claro que eu sei. Justamente
por isso eu sempre chamo gente de lá.BELCHIOR — Você também é aluno do Melchior?
MARCO — Não, não.
DIANA — Ele nem é ator.
BELCHIOR — Ótimo! Bem melhor assim. Sem vício.
DIANA — Você é irmão do Melchior?
BELCHIOR — Deu pra notar?
DIANA — Vocês são gêmeos?
BELCHIOR — Mais ou menos. Prepara o set!
DIANA — Mais ou menos? Não entendi.
BELCHIOR — Televisão é assim, garota. Tem muita
coisa que falam e a gente não entende,
mas finge que entende pra não criar
confusão, entendeu?DIANA — Hã?
BELCHIOR — (PARA ALGUÉM) Vamo logo, doença!
E SAI. DIANA FICA COM CARA DE TACHO. MARTA SORRI
SADICAMENTE PARA DIANA.
MARTA — Boa sorte.
CENA 14. RUAS ALEGRES. EXT. DIA
BETA SEGUE ANDANDO E CANTANDO. BRUNINHO VAI ATRÁS DELA MEIO
SORRATEIRO. ESTÁ SEGUINDO BETA E NÃO QUER SER VISTO. CRIAR
SITUAÇÕES ENGRAÇADAS COMO BRUNINHO ESBARRANDO EM PESSOAS.
SE AGACHANDO QUANDO BETA SE VIRA. ENTRANDO DEBAIXO DE UMA
MESA. DEPOIS DEBAIXO DA SAIA DE UMA MULHER. TUDO PARA NÃO
SER VISTO. BETA SEGUE ANDANDO. E CANTANDO.
CENA 15. EMISSORA. ESTÚDIO. INTERIOR. DIA
BELCHIOR FAZENDO ANOTAÇOES NO TEXTO. DIANA SE APROXIMA
EMPOLGADA. MARCO E MARTA ATRÁS DELA.
DIANA — Cara eu adoro o seu irmão.
BELCHIOR — Que bom pra você, eu acho ele um mala.
DIANA — Melchior e Belchior. Aposto que tem uma
história engraçada por trás disso.BELCHIOR — Tem: a minha mãe era uma bêbada.
DIANA — Sério?
BELCHIOR — Não sei. Garota, vamo ao que interessa.
Vocês bateram o texto?MARCO — Bateram o texto?
DIANA — Ele nem sabe o que é isso.
BELCHIOR — Ótimo. Mas se errar uma vez tá fora. Sem
paciência pra iniciante.MARTA — Já falei pra você não fazer a Suzana.
MARCO — Quem é Suzana?
MARTA — Uma faxineira que trabalhava aqui e dava
muito problema.BELCHIOR — Vamo gravar?
DIANA — Mas como é que é a cena?
BELCHIOR — (PARA MARTA) Você não explicou pra eles?
DIANA — Ela só falou: “Você tá sentada, o guri
chega, papinho, texto, papinho, beijo na
boca e fim de cena.” Eu queria saber,
como diretor, como você visualizou tudo.BELCHIOR — Você tá sentada, o guri chega, papinho,
texto, papinho, beijo na boca e fim de
cena.DIANA — Você definitivamente é muito diferente do
seu irmão.BELCHIOR — Graças a Deus! Vamo gravar?
CENA 16. RUAS JOVENS. EXT. DIA
BRUNINHO ESTÁ ATRÁS DE ALGUMA COISA PROCURANDO BETA, QUE
SUMIU.
BRUNINHO — (PRA SI) Ué, cadê a gorda?
BETA SURGE DE TRÁS DELE E O PUXA PELA ORELHA.
BETA — Gorda vai ficar a tua orelha depois que
eu estraçalhar a coitada.BRUNINHO — Ai, ai. Desculpa, eu não queria te
ofender.BETA — Pra quê que você tá me seguindo, garoto?
BRUNINHO — Eu sou o Bruninho.
BETA — Bruninho?
BRUNINHO — Amigo do Marco. Que esbarrou na tua amiga
aquele dia, lembra?
BETA LARGA A ORELHA DE BRUNINHO.
BETA — E o que é que você quer comigo?
BRUNINHO — Contigo nada. Mas com a loirinha eu quero
muita coisa. Será que dá pra você me dar
o telefone dela?
CORTA PARA:
CENA 17. EMISSORA. ESTÚDIO. INT. DIA
MARCO E DIANA JÁ POSICIONADOS NA CENA. MARTA E BELCHIOR
ATRÁS DE UM MONITOR.
MARTA — Ok, todo mundo pronto?
BELCHIOR — Quer me deixar fazer o meu trabalho? (T)
Ok, todo mundo pronto?MARCO — Só um minutinho, Belchior.
MARCO ESTÁ MUITO TENSO.
MARCO — Caraca, eu to muito nervoso.
DIANA — Quando você me chamou de babaca você
parecia tão à vontade...
MARCO OLHA PRA ELA IRRITADO.
MARCO — Acho que o meu nervosismo passou.
DIANA — Ah é?
MARCO — Deu lugar à raiva. Aquela que não devia
existir.BELCHIOR — Dá pra ser ou tá difícil?
MARCO — Vamo lá.
BELCHIOR — Ok. Ação!
DIANA — Eu descobri tudo!
MARCO — Descobriu o quê?
DIANA — Tudo!
MARCO — Não é nada disso que você tá pensando.
DIANA — Você não tinha esse direito.
MARCO — .
DIANA — Eu não quero te ver .
MARCO — Pô... Demorou.
DIANA — .
MARCO — Vitória!
DIANA — O que é que foi, Daniel?
ENTRA MÚSICA: “WHEN I LOOK ATE YOU” DE MILEY CYRUS.
MARCO — Eu sei que eu errei. E eu sei que a gente
é muito diferente. O nosso jeito de ver
as coisas, de pensar a vida, de viver o
mundo. Mas é que quando você fala, parece
que alguém apertou o botão de mudo no
mundo e eu só consigo ouvir a sua voz.
Parece que eu to no alto de uma montanha
russa e o carrinho vai despencar. Ou que
o chão saiu correndo e só ficou você.
Porque é isso que eu quero: Ficar com
você. E quero ficar com você, Vitória.
Fica comigo?
DIANA, EXTREMAMENTE MEXIDA. FECHA EM DIANA MEXIDA.
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