Ponto de Fuga




Ponto de Fuga conta a história de uma mulher que tem uma identificação tão forte com um personagem de uma peça de teatro que os sentimentos que ela tem na vida não são mais suficientes. Ela então vai tentando viver como o personagem da peça em questão para ter algum tipo de contato com o mundo real.
Paralelamente acompanhamos a história de um músico que perdeu a capacidade de ouvir música. Esta história, sugere-se, é a peça que a mulher assistiu. Portanto, o músico seria um personagem. Um personagem que precisa dormir para compor, já que ele só ouve música nos sonhos.

Ao decorrer da peça, Ponto de Fuga, faz uma pesquisa sobre a dicotomia entre o som e o sentir (sentir é “ouvir” em algumas línguas) através do texto falado: a repetição das mesmas falas em volumes, ritmos e modulações diferentes muda o significado. E também investiga a perspectiva espacial através da divisão do palco e a realocação de peças do cenário: a mudança de “frentes” e a repetição de gestos em personagens diferentes vai conferindo novos contornos à cena.
No desfecho do espetáculo, o público fica sabendo que sempre que o músico dorme, ele sonha com a mulher. E fica a questão: seria a história dele uma peça que ela assiste para poder sentir, ou a história dela um sonho que ele tem para poder compor? É uma questão de perspectiva. Uma questão que depende do ponto de fuga de cada um.

Elenco:
Aline Fanju
Cristina Flores
Liliane Rovaris
Lucas Gouvea
Maria Luísa Friese
Michel Blois
Texto e direção:
Rodrigo Nogueira
Produção Executiva
Daniela Paita
Iluminação:
Paulo Cesar Medeiros
Cenário:
Natália Lana
Figurino:
Priscila Barcelos e Rosa Duarte
Trilha Sonora:
Gabriel Fomm
Projeto Gráfico:
André Mantelli

fonte: CÂMBIO