quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bicicleta&Melancia – episódio 13

KN PRODUÇÕES
BICICLETA E MELANCIA

criação: Rodrigo Nogueira
direção geral: Jorge Nassaralla


CAPÍTULO TREZE

CENA 1.EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA

MARTA — Hoje vocês vão conhecer os atores que vão
fazer os seus pais.

DIANA — Sério?

MARTA — Vocês certamente já conhecem os dois.

MARCO — Ah, eles são famosos?

MARTA — Muito. Alguma cara conhecida tem que ter
nesse programa, né?

DIANA — Nossa! Dois atores famosos vão fazer os
meus pais.

MARTA — Foi o que eu disse.

MARCO — E quem são eles?

MARTA — Ih, acabaram de chegar.

MARTA APONTA PARA A PORTA. NÃO VEMOS QUEM SÃO OS ATORES
CHEGANDO.

MARCO — (DÚBIO/SUPRESA) Caraca!

ENTRAM MARIA MAYA E SÉRGIO MARONE. MARIA DE ÓCULOS ESCUROS,
MEIO DIVA. SÉRGIO DAQUELE JEITÃO, MEIO SÉRGIO...

MARTA — (APRESENTA) Fulanos, César Torrone e
Marina Vala. César e Marina, esses são os
fulanos.

MARINA — (DIVA) Oi.

E VAI LER UMA REVISTA.

CÉSAR — (QUERENDO SER JOVEM) E aí, galera! Urru!
Mó astral, hein!

DIANA — Certamente. Só um minutinho.

DIANA PUXA MARTA PARA UM CANTO. CÉSAR FICA ALI COM MARCO UM
POUCO NA SAIA JUSTA. E LEVANTA A MÃO.

CÉSAR — Toca aí, fulano!

CORTA PARA DIANA E MARTA NUM CANTO.

DIANA — César Torrone e Marina Vala?

MARTA — Eu sei. A gente queria arrumar bons
atores, mas esses em geral são muito
feios.

DIANA — Não é essa a questão. Eles são muito
novos.

MARTA — Em anos televisivos eles estão
praticamente com o pé na cova.

DIANA — Anos televisivos?

MARTA — Tipo cachorro que cada ano vale sete?
Existe uma tabela semelhante na televisão
só que muito mais realista.

DIANA — A Marina Vala não tem idade pra ser minha
mãe.

MARTA — Relaxa, queridinha. Nesse programa tem
menina de vinte cinco fazendo a garota de
dezenove. Televisão é tudo mentira.

CENA 2. TEATRO. INT. DIA
ALUNOS POR ALI SE ALONGANDO INDIVIDUALMENTE. MELCHIOR
TAMBÉM. BRUNINHO E BETA CONVERSAM.

BETA — Você é muito cara de pau, né Bruninho?

BRUNINHO — Por causa de quê?

BETA — Passou o alongamento inteiro olhando o
rabo das meninas.

BRUNINHO — Beta, rabo foi feito pra isso.

BETA — Ah foi?

BRUNINHO — Claro! Pra isso que é dividido em dois:
um de cada lado. Assim ninguém perde a
visão, sacou?

BETA — Você é realmente muito... (SE CORTA). E
não é que faz sentido?

MELCHIOR INTERROMPE.

MELCHIOR — Ok, amiguinhos. Agora a gente vai fazer
um exercício de descoberta. Um lindo
exercício de descoberta. A gente vai
entrar em contato com o corpo do
coleguinha. Todo mundo pronto?

CAM CORRIGE PARA BRUNINHO QUE ESTÁ COM A CARA MAIS SACANA
DO MUNDO FAZENDO QUE SIM E RINDO. FECHA NISSO.

CENA 3. PRAIA EXT. DIA
GASTÃO PASSANDO PARAFINA NA PRANCHA. ELE OLHA PARA OS LADOS
COMO SE SENTISSE ALGUMA COISA ESTRANHA. ENTRA A MÚSICA DE
“TUBARÃO”. GASTÃO CADA VEZ MAIS PREOUCPADO. ELE OLHA PARA
OS CANTOS E NÃO VÊ NADA. A MÚSICA VAI AUMENTANDO E O
DESESPERO DE GASTÃO TAMBÉM. PODE ENTRAR AQUI UM RÁPIDO
CLIPE BEM PICOTADO DE EXPRESSÕES DE MEDO DE GASTÃO. NO AUGE
DA MÚSICA, GABI SURGE ATRÁS DELE, SORRIDENTE.

GABI — Oi,

GASTÃO — (MEGA SUSTO) Aaaaaaaaaaaaaaah!

GABI — Que foi Gastão?

FECHA EM GASTÃO OFEGANTE DO SUSTO.

CENA 4. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
ABRE A CENA COM CÉSAR CONVERSANDO COM MARCO.

CÉSAR — Pô, eu to muito feliz de fazer Boladão.

MARCO — Eu também.

CÉSAR — Você sabe que eu comecei aqui, né?

MARCO — Que maneiro!

CÉSAR — Só...

SILÊNCIO.

CÉSAR — Pô, eu to muito feliz de fazer Boladão.

NISSO CHEGA DIANA COM MARTA.

MARTA — Queridinho vamo pra maquiagem que a sua
cara tá muito amassada.

CÉSAR — Foi mal, é que eu fiquei a madrugada no
twitter com a galerinha.

MARTA — Eu tava falando com ele, César. Vamo
Marco?

OS DOIS SAEM. FICA UM GRANDE SILÊNCIO DE NOVO. SÓ QUE AGORA
ENTRE CÉSAR E DIANA. MARINA CONTINUA ALI, LENDO SUA
REVISTA.

CÉSAR — Pô, nada a ver a gente fazer os seus
pais, né? (TEMPO) A gente é moreno.

MARINA QUE ATÉ ENTAO ESTAVA SENTADA LEVANTA VEEMENTE.

MARINA — Eu já disse que eu não vou pintar o meu
cabelo!

CÉSAR — Não, Marina/

MARINA — Já não basta ter que fazer par contigo de
novo!

DIANA — Mas a gente tava/

MARINA — Eu não vou pintar o cabelo. Não vou
pintar o cabeloooooo!

ENTRA MÚSICA QUE VAZA PARA:

CENA 5. TEATRO. EXT. DIA
MÚSICA DA CENA 4 VAZA PARA A CENA CINCO. VEMOS O ROSTO DE
BRUNINHO COM UM SORRISO IDIOTA. A CAM ABRE E REVELA
BRUNINHO DEITADO NO CHÃO SENDO MASSAGEADO POR DIVERSAS
MULHERES COM O CORPO DELAS (ELAS ROLAM POR CIMA DE
BRUNINHO, VEMOS BUNDAS E PEITOS FEMININOS PASSANDO POR
ELE). FECHA EM BRUNINHO EM ÊXTASE.

CENA 6. EMISSORA. SALA DE ESPERA. EXT. DIA
CONTINUAÇÃO DA CENA 4.

DIANA — Mas Marina, a gente não quer/

MARINA — Cala a boca, fedelha. Sem paciência pra
gente inexperiente.

MARTA VOLTA COM MARCO.

MARTA — Gente que confusão é essa?

MARINA — Eu avisei que eu não vou pintar o cabelo!

MARTA — Marina, ninguém aqui quer que você pinte
o cabelo.

MARINA — Quer sim! Essa fedelha tava tramando com
essa bicha.

DIANA — Bicha?

MARCO COMENTA BAIXO COM DIANA.

MARCO — Em televisão todo homem é bicha e toda
mulher é vagabunda. Parece que é um
código deles.

MARINA — (LASCIVA) Gostei de você.

CÉSAR — Marina, a gente não tava tramando nada.

MARINA — Tava sim que eu te conheço! Nunca gostou
de mim!

CÉSAR — Por que é que eu não ia gostar de você?

MARINA — Porque eu brilho!

CÉSAR — Não pira, Marina.

MARINA — Tu não me engana Torrone. Na última
novela você não escovava o dente de
propósito pra me derrubar nas cenas de
beijo com o teu bafo!

MARTA — Marina vamo fingir que nada disso
aconteceu e recomeçar do zero.

MARINA — Só se a pequena vaca me pedir desculpas
chorando.

DIANA — Oi?

CÉSAR — Eu tenho bafo?

CENA 7. PRAIA. EXT. DIA
GASTÃO AINDA ASSUSTADO DIANTE DE GABI. ELA ESTÁ COM UMA
BOLSA TIPO SACOLA, ATRAVESSADA DE MODO QUE A FRENTE DA
BOLSA FICA NA... BOM, DEU PRA ENTENDER.

GASTÃO — Caraca, Gabi. Tu tem um jeito mó sinistro
de chegar nos lugares, né não?

GABI — Sinistro? Sinistro por quê?

GASTÃO VAI FALAR E ELA CORTA FAZENDO UM HANG LOOSE.

GABI — Ah, saquei. Siniiiiistro.

E RI. GASTÃO RI SEM GRAÇA.

GABI — (PIRANHA) E aí? Gostou da nossa noite
sinistra.

GASTÃO — Pô, adorei. Você é incrível. Nem parecia
que era a sua primeira vez.

GABI — É porque eu acho que você me deixou tão à
vontade que eu relaxei.

GASTÃO — Mestre Gastão sabe de tudo.

GABI — (RISO ESCROTO DA SOPHIA) Sabe mesmo.

GASTÃO — Quê?

CENA 8. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
CONTINUAÇÃO DA CENA 6. MARCO, CÉSAR, MARINA, DIANA E MARTA.
ABRE A CENA COM CÉSAR TÍMIDO CHEIRANDO O PRÓPRIO HÁLITO.

CÉSAR — Pô, nem tenho bafo, vai.

MARINA — E aí? Você vai ou não vai me pedir
desculpas chorando?

DIANA — Marina, eu só comentei com a Marta que
vocês eram muito novos pra fazer os meus
pais!

MARINA — Meu deus como é sonsa.

MARCO — Gente eu não to entendendo mais nada.

MARINA — (LASCIVA) Gostei de você.

CÉSAR — (PARA MARTA) Marta, na boa, eu tenho
bafo?

MARINA — Eu to esperando lágrimas!

CÉSAR — Cheira a minha boca?

CÉSAR ABRE A BOCA E COLOCA PERTO DE MARTA.

DIANA — Eu não acredito nisso.

MARTA — Vamos todo mundo se acalmar.

CÉSAR — (FALA COM A BOCA ABERTONA, SEM DICÇÃO) To
esperando.

MARTA METE A MÃO NA CARA DE CÉSAR O AFASTANDO.

MARTA — Se a gente não desfizer essa confusão vai
ser pior pra todo mundo.

MARINA — Só quando eu ouvir desculpa e o choro da
mini-piranha.

DIANA — Agora você tá passando dos limites.

MARINA — Eu sou Marina Vala, meu amor, eu não
tenho limites!

BELCHIOR APARECE.

BELCHIOR — Eu posso saber o que é que tá acontecendo
aqui?

MARINA — Belchior?

BELCHIOR — Marina?

CENA 9. PRAIA. EXT. DIA
GASTÃO DIANTE DE GABI.

GABI — Então, Gastão. Eu vim aqui pra trazer o
seu “celulular”, que você esqueceu
comigo.

GASTÃO — Meu celular...

GABI — Não, seu celulular.

GASTÃO — (HÃ) Por quê, “celulular”?

GABI — Por que eu gosto de falar “lulu”.
(RISINHO).

GASTÃO — (WTF) Sei... (P) E cadê o celular?

GABI — Tá aqui. Na minha bolsa. Pode pegar?

CENA 10. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
MARINA DIANTE DE BELCHIOR. MARTA, DIANA, MARCO E CÉSAR ALI.

MARINA — O que é que você tá fazendo aqui?

BELCHIOR — Eu ia te fazer a mesma pergunta.

MARTA — Eu escalei o César e a Marina pra fazerem
os pais da Diana.

CÉSAR TAPANDO A BOCA COM UMA DAS MÃOS ESTENDE A OUTRA.

CÉSAR — Beleza, Belchior.

BELCHIOR — (IGNORA) Como é que você escala essa
vagabunda pro meu programa?

MARCO — (PARA DIANA) Viu? Bicha e vagabunda...

MARINA — Ah, então quer dizer que você é que
dirige essa novelinha?

MARTA — Eu juro que eu não fiz de propósito.

BELCHIOR — Essa aí não pisa no meu set nem sob
tortura.

MARINA — Meu amor, pisar no seu set já é uma
tortura.

CÉSAR SEMPRE TAPANDO A BOCA.

CÉSAR — Eu não acho! Eu quero pisar no seu set,
Belchior!

OLHANDO PAPÉIS.

MARTA — Mas a Marina não tava na lista de atrizes
banidas...

BELCHIOR — Ela tá no topo da lista! Ela e Marjorie
Estiano, aquela psicopata.

CENA 11. TEATRO. INT. DIA
CLÁUDIO E BIANCA (ALUNOS) FAZENDO UMA CENA DE SHAKESPEARE
PESSIMAMENTE MAL. BETA E BRUNINHO OBSERVAM TUDO DA PLATÉIA.

BIANCA — Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu?
Renega o pai, despoja-te do nome, jura ao
menos que amor me tens, porque uma
Capuleto deixarei de ser logo.

CORTA PRA PLATÉIA:

BETA — Gente ela é pior atriz que a Mary Kate e
a Ashley Olsen juntas!

BRUNINHO — Pois eu acho ela óooooootima.

CENA 12. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 9.

MARCO — Posso perguntar uma coisa? Porque é que
vocês se odeiam tanto?

MARINA — (LASCIVA) Gostei de você...

BELCHIOR — Ela me quis e eu esnobei.

MARINA — (RI) Foi justamente o contrário!

BELCHIOR — (PEGA NO PAU) Aqui pra você!

MARINA — Não me venha com mixaria...

MARTA — Bom, queridos, foi tudo um mal entendido,
desculpem. Eu faço outra escalação. Muito
obrigada e tchau.

MARINA — Já vou tarde!

ELA SE VIRA PARA MARCO E ENTREGA UM CARTÃO.

MARINA — E se um dia você quiser cair na vala me
liga. (P) Gostei de você.

E SAI.

CÉSAR — Pô mas eu quero fazer esse papel, gente.
Eu quero!

MARTA — Nem adianta, César, eu só te escalei
porque a agência te empurrou junto com a
Marina.

CÉSAR — Tá bom, tá bom. Mas antes de eu ir
embora, Belchior, eu posso te pedir uma
coisa.

BELCHIOR — Fala.

CÉSAR — Vê se eu tenho bafo?

E DÁ UMA BAFORADA NA CARA DE BELCHIOR.

CENA 13. PRAIA. EXT. DIA
CONTINUAÇÃO DA CENA 10.

GABI — E aí, Gastão? Não vai pegar o celular?

ELE NÃO RESPONDE. FICA MEIO SEM JEITO E ENFIA A MÃO NA
BOLSA DE GABI. ELA ENTÃO DÁ UMA RISADA MUITO ESQUISITA
SEGUIDA DE UM RONCO. GASTÃO CONGELA. ELE SEGUE PROCURANDO O
CELULAR NA BOLSA E RETIRA.

GASTÃO — Valeu... Gabi.

GABI — De nada! E vamos ver se a gente marca
outro jantar daqueles.

GASTÃO — Outro jantar?

GABI — É. Adorei a comida ontem...

GASTÃO MORRE DE TESÃO.

GABI — Bom, agora eu vou indo.

GASTÃO — (LOUCO DE TESÃO) Vai pra onde, mulé. Fica
aê!

GABI — Não dá. Eu tenho que ir num lugar aí.
(MISTÉRIO) Uuuuuuu. Tchau Gastão!

E SAI.

GASTÃO — (GEMENDO) Tchaaaaaau.

CENA 14. TEATRO. INT. DIA
BRUNINHO E BETA SEGUEM VENDO CLÁUDIO E BIANCA NO PALCO.

BIANCA — Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se
mostrou devota e reverente. Nas mãos dos
santos pega o paladino. Esse é o beijo
mais santo e conveniente.

CLÁUDIO — Os santos e os devotos não têm boca?

BIANCA — Sim, peregrino. Só para as orações.

CLÁUDIO — Deixai, então, ó santa! que esta boca
mostre o caminho certo aos corações.

BIANCA — Sem se mexer o santo exalta o voto!

CLÁUDIO — Então fica quietinha: eis o devoto. Em
tua boca me limpo dos pecados.

CLÁUDIO BEIJA BIANCA. ELES COMEÇAM A SE PEGAR NO MAIOR
AMASSO NO PALCO.
CORTA PARA PLATÉIA. BRUNINHO ESTÁ BOQUIABERTO.

BETA — Vai ser ruim assim lá na China!

BRUNINHO — Eu quero fazer cena com ela...

CENA 15. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
MARCO E DIANA UM DIANTE DO OUTRO.

MARCO — Caraca, mó doideira essa história toda,
né?

DIANA — Esse meio de televisão é realmente muito
buleversante.

MARCO — Quê?

DIANA — Nada não.

MARCO — Quem você acha que deu em cima de quem?

DIANA — (ASSUSTA) Hein?

MARCO — O Belchior ou a Marina. Quem você acha
que tava dizendo a verdade.

DIANA — Difícil, dizer. Essas coisas de
relacionamento raramente têm um só lado
verdadeiro.

MARCO — É... Você tem?

DIANA — Um lado verdadeiro?

MARCO — Um relacionamento.

DIANA — Por que é que você tá me perguntando
isso?

MARCO — Curiosidade.

DIANA — Tenho. Quer dizer, tive. Quer dizer...
Não sei.

MARCO — Não sabe? Como assim não sabe?

CENA 16. TEATRO. INT. DIA
FIM DA AULA. ALUNOS ALI ARRUMANDO AS COISAS. CLÁUDIO E
BIANCA CONVERSAM. BETA E BRUNINHO POR ALI.

CLÁUDIO — Pô, achei que você mandou benzão na nossa
cena.

BIANCA — É?

CLÁUDIO — Pô, eu achei. Que você mandou assim...
benzão.

BIANCA — Valeu.

CLÁUDIO — Aqui... Vamo fazer um parada mais tarde?

BIANCA — Tipo o quê?

CLÁUDIO — Ah... Sei lá. Uma parada maneira. A gente
pode ir assim... no shopping!

BIANCA — Pô, maneiro.

OS DOIS SAEM ANDANDO. CAM CORRIGE PARA BRUNINHO E BETA.
BRUNINHO OBSERVA ATENTAMENTE BIANCA E CLÁUDIO.

BRUNINHO — Eu quero aquela mulé!

BETA — A Bianca? Você não viu que ela tá de rolo
com o Cláudio?

BRUNINHO — Não interessa. Eu quero. E você vai ter
que me ajudar.

BETA — Eu?

CENA 17. EMISSORA. SALA DE ESPERA. INT. DIA
CONT DA CENA 15. DIANA DIANTE DE MARCO.

DIANA — Ai, Marco. Se você não se importasse eu
preferia não falar desse assunto.

MARCO — Beleza.

DIANA — É que é uma história complicada, sabe?

MARCO — Tranquilão.

DIANA — Ele nem mora mais no Brasil. E eu não sei
se ele vai voltar.

MARCO — Eu achei que você não quisesse falar no
assunto.

DIANA SORRI.

MARCO — Mas relaxa. Eu sei como é essa história
de distância.

DIANA — Ué. Mas a sua namorada não mora aqui?

MARCO — Mas os meus pais moram na Mongólia.

DIANA — Nossa que longe.

OS DOIS SE OLHAM. PINTA UM CLIMA.

DIANA — Marco eu queria que você soubesse que eu
não sou louca.

MARCO — Do que é que você tá falando?

DIANA — De ontem. Aquele... Aquele beijo.

MARCO — Eu não esqueci até agora.

DIANA — Eu sei! Desculpa! Foi totalmente fora de
propósito e eu prometo que não vai mais
se repetir.

MARCO — (EM CIMA) Foi melhor coisa que me
aconteceu nos últimos tempos e eu queria
muito que ele se repetisse.

DIANA — O quê???

MARCO VAI FALAR ALGUMA COISA E DIANA O CORTA.

DIANA — Pelo amor de Deus, não vai fazer aquela
brincadeira comigo.

MARCO — Eu não ia fazer a brincadeira. Eu só ia
dizer que foi a melhor coisa que me
aconteceu nos últimos tempos e que queria
que se repetisse.

DIANA — (SUPER LÁ) Que bom que você não fez
aquela brincadeira idiota.

MARCO — Não. Mas tem uma coisa que eu vou fazer.

DIANA — O quê?

MARCO VAI BEIJAR DIANA. ENTRA MÚSICA. QUANDO ELES ESTÃO
PARA SE BEIJAR GABI APARECE.

GABI — Marco!

FECHA NA SAIA JUSTA.

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