sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Azar o teu

Antônia: Eu quero. Eu quero!

André: Espera.

Antônia: Eu não agüento. Eu quero. Eu quero!

André: Eu já disse pra você esperar.

Antônia: Por quê?

André: O quê?

Antônia: Esperar por quê?

André: Por que é mais gostoso assim.

Antônia: Mas eu to explodindo, André.

André: Eu não disse que eu não vou dar. Só não vou dar agora.

Antônia: Quando? Quando?

André: Daqui a pouco.

Antônia: Daqui a pouco quando? Me diz uma hora. Me dá uma minutagem.

André: Uma minutagem?

Antônia: Uma minutagem. Eu preciso de uma minutagem.

André: Três.

Antônia: Três minutos.

André: Três minutos.

Antônia: Começando quando?

André: Agora.

(Agora o leitor pára de ler esta cena aqui. Olha para o relógio de seu computador ou de pulso ou do celular. E aguarda três minutos. Quando o tempo acabar, desça a barra de rolagem até o fim da cena para ler o final)

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Se passam apenas alguns segundos. Sem que André veja, Antônia pega um biscoito de chocolate e o come. André percebe.

André: Eram só três minutos. Três minutos. Eu te pedi três minutos! Você podia ter minimizado a página, ido a um outro site, levantado até o banheiro ou até ter esperado três minutos pacientemente, em frente ao computador! Mas você não agüentou. E comeu o doce antes do tempo. Azar o teu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Será que eu fui a unica pessoa que fiquei os os três minutos esperando?? Azar o meu, ou nao neh?!rsrsr
Como sempre adorei o texto!! O Rodrigo é demais!!